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Sem ajuda, jovem mantém irmão amarrado

Sem ajuda, jovem mantém irmão amarrado

Sem conseguir internar o adolescente, que tem sequelas causadas pela inalação de solvente, solução foi mantê-lo preso em casa
Publicado em 13/05/2010 | Fabiane Ziolla Menezes e Aline Peres

Há pouco mais de um mês, a jovem R.A.P., 19 anos, mantém o irmão de 17 anos amarrado com pedaços de tecido em uma cama em um casebre de madeira no bairro Novo Mundo, em Curitiba, onde mora com o marido e outro irmão de 13 anos. O rapaz tem sequelas neurológicas causadas pela inalação do solvente thinner, desde os 12 anos. Prestes a ter um bebê, R. quer internar o irmão. Desde a mor­­te da mãe e do pai, é ela quem cuida dos irmãos.
De maio a outubro do ano passado o rapaz ficou internado na Clínica HJ, em União da Vitória. Ele recebeu “alta melhorada”, o que indica que o tratamento deve continuar. Em Curitiba, ficou no abrigo Casa do Piá 2, no Boqueirão. Mas fugiu e perdeu a vaga. “Ele fugiu duas vezes. Na segunda, foi esfaqueado”, diz R. “Agora deixo ele amarrado, porque ele é muito agressivo. Não aguento mais essa situação, mas ele é meu irmão e não posso abandoná-lo.”

Março de 2010 – Mãe é processada por acorrentar filho de 13 anos, viciado em crack, em Piracicaba (SP).

Abril de 2010 – Um adolescente de 16 anos, viciado em crack, é acorrentado pela mãe em Campos dos Goytacazes (RJ).

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